quinta-feira, 19 de junho de 2008

Cancro do Testículo


Andreia Rocha, Enfermeira Graduada do Centro de Saúde de Eiras



Trata-se do desenvolvimento anormal e descontrolado das células do testículo, levando ao aparecimento de massas que podem comprometer a sua forma e as suas funções.
É responsável por apenas 1% dos cancros no homem, contudo, a sua incidência está a aumentar e é o tumor maligno mais comum entre os jovens (dos 15 aos 35 anos).

Os testículos são duas glândulas de forma oval e consistência macia que se encontram dentro do escroto (bolsa de pele que os envolve), onde se movem livremente. São responsáveis pela produção de esperma e das hormonas sexuais masculinas.
Quando surge alguma alteração a nível da forma, consistência ou tamanho do testículo, deve ser sempre motivo de esclarecimento clínico da situação.

As causas deste tipo de cancro são desconhecidas, mas há estudos que sugerem que têm mais tendência para esta doença os homens:
o que nasceram com os testículos não descidos (dentro da cavidade abdominal);
o cujas mães tomaram, durante a gravidez, certos medicamentos para prevenir o aborto;
o sujeitos a traumatismos testiculares violentos ou repetidos;

As possibilidades de cura são tanto maiores quanto mais precoce for o diagnóstico e a melhor forma de o conseguir é consciencializar os homens a fazerem periodicamente a observação e palpação testicular.

Como fazer o auto-exame dos testículos:
o Uma vez por mês;
o Após o banho;
o Segurar cada testículo com ambas as mãos e deixá-lo deslizar suavemente entre o polegar e os outros dedos;

São estes os sinais e sintomas a que se deve atender:
o Caroço ou irregularidade num dos testículos;
o Aumento de tamanho de um dos testículos;
o Sensação de peso, dor ou desconforto no escroto;
o Dor tipo “moedouro”nas virilhas e ao fundo do abdómen;
o Aumento de tamanho ou de sensibilidade na zona mamária;
O facto de surgirem alguns destes sintomas não indica a existência certa de cancro. Na maioria das vezes têm outras causas, contudo, devem levar a uma avaliação médica.

O tratamento depende do tipo e do estadio do tumor, mas as hipóteses são a cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia.
A remoção cirúrgica do testículo afectado não implica que o homem venha a ficar estéril ou mesmo impotente, visto que as funções continuam a ser desempenhadas pelo outro testículo. Além disso, o testículo removido é substituído por uma prótese, pelo que a vida sexual se pode manter normalmente.
É muito alto o índice de cura do cancro testicular. Exemplo disso é o ciclista norte-americano Lance Armstrong, que foi tratado a um tumor testicular avançado e hoje se encontra curado, tendo já vencido a volta à França durante três anos seguidos, após a cura.
Após o tratamento é muito importante um controle regular durante vários anos. O cancro do testículo raramente reaparece se o doente estiver livre da doença por três anos.

1 comentário:

Anónimo disse...

sim, sou estudante de enfermagem e o meu irmão está a fazer quimioterapia por CT, e penso que este assunto está pouco divulgado na população mais jovem, e que deveria haver maior educação neste campo da saude. muitos beijinhos, o trabalho nesta área é muito importante