quinta-feira, 17 de julho de 2008

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)

Tiago Santos, interno do 1º ano de Medicina Geral e Familiar do Centro de Saúde de Eiras
Introdução
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é o nome de um grupo de distúrbios respiratórios crónicos e progressivos, caracterizados por fenómenos obstrutivos. Os dois principais processos de obstrução são o Enfisema, uma dilatação dos alvéolos (os pequenos sacos de ar dos pulmões), e a Bronquite Crónica, uma inflamação das vias aéreas com secreções excessivas de muco, que resulta em tosse crónica persistente com expectoração.

Epidemiologia
A DPOC é a quarta causa mais frequente de morte. O tabagismo é o principal factor de risco: a DPOC desenvolve-se em aproximadamente 10 a 15 % dos fumadores, e o risco de morte pela doença é maior neste grupo da população.

Mecanismos de doença
Substâncias tóxicas ou irritantes provocam reacções inflamatórias dos alvéolos, que caso sejam prolongadas podem evoluir para lesões permanentes. Fumar é nocivo para as defesas do pulmão, porque prejudica os mecanismos de eliminação das substâncias tóxicas. Estas lesões acabam por causar retenção de ar nos pulmões, diminuindo as trocas de oxigénio por dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue.

Sintomas
A primeira manifestação da DPOC é a tosse com expectoração, e geralmente aparece ao fim de 5 a 10 anos de tabagismo. Pode haver também tendência para “resfriados”, com respiração ruidosa (frequentemente descrita como “apitos”). Mais tarde pode surgir falta de ar, agravada por infecções respiratórias frequentes.

Diagnóstico
As alterações à auscultação são geralmente inespecíficas, assim como as verificadas numa radiografia do tórax, pelo que o melhor método para diagnosticar a DPOC é através da Espirometria, a medição da função respiratória: um padrão obstrutivo sugestivo de DPOC estabelece o diagnóstico.

Tratamento
Se o doente é fumador, o melhor tratamento para a DPOC é deixar de fumar! Adicionalmente existem vários medicamentos disponíveis, tais como os broncodilatadores e corticosteróides. A administração de oxigénio pode ser necessária em fases mais avançadas. As crises agudas devem-se frequentemente a infecções, casos em que o tratamento com antibiótico é benéfico. A vacinação contra a Gripe é recomendada em todos os doentes com DPOC.

Prognóstico
Pode variar desde favorável nos casos de obstrução ligeira, até francamente desfavorável em casos de obstrução grave, daí a importância do diagnóstico e tratamento precoces a fim de procurar controlar a evolução da doença, com a melhoria consequente na qualidade e quantidade de vida do doente.

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