quinta-feira, 17 de julho de 2008

Febre na Criança

Anabela Baptista, Enfermeira Especialista S. Infantil do C.S. de Eiras


Uma criança com febre é sempre motivo de preocupação para os pais. Mas nem sempre essa preocupação deve ser entendida da mesma forma. A febre é antes de mais um sintoma de que algo no organismo da criança merece especial atenção. Acontece por vários motivos e o que pretende é sinalizar que algo não se encontra a correr como habitualmente e assim, em situações diversas como vacinas, inflamações ou infecções, o centro de regulação interna (termóstato) do organismo da criança altera, fazendo com que a febre surja.
Para saber se a criança tem febre não basta, contudo, palpar a testa ou outra parte do corpo e assegurar que está quente. Assim a temperatura deve ser medida através de um termómetro: tradicional, digital, infravermelhos ou descartáveis. A medição também poderá ser obtida em diferentes locais: rectal, oral, axilar, auricular ou na região frontal (testa).
Normalmente, é considerado que uma criança tem febre se a sua temperatura se situa acima dos 37,5º (oral ou axilar) e 38º nos restantes locais.
Se a criança tem febre mas o seu comportamento e nível de actividade não se alteraram, ou seja, se a criança continua activa, a brincar e a comportar-se como habitualmente deve ser vigiada a temperatura em intervalos de 6 ou 8 horas. É evidente que o apetite poderá diminuir e a criança pode referir mais sede que o habitual.
Assim, devem ir sendo administrados, à criança, líquidos, deve ser desagasalhada mas de maneira a ficar confortável, administrar-se um antipirético se se encontrar queixosa, e, quando a criança começa a ficar transpirada deve ser feito um banho à temperatura do corpo (37º).
Deve ser levada a uma Unidade de Saúde sempre que:
- A temperatura acima dos 38,5ºC não baixe com o antipirético administrado,
- Seja um bebé com menos de 3 meses,
- A febre não desapareça ao fim de três dias,
- Apareça em conjunto com a febre, náuseas, vómitos, diarreia, dor de ouvidos, rigidez do pescoço, dificuldade em respirar ou engolir, manchas, borbulhas, sonolência ou irritabilidade,
- Surjam convulsões
.
Até à idade de cinco anos, uma subida muito rápida da temperatura pode dar origem a Convulsões, em que todo o corpo da criança treme sem que ela consiga controlar os seus movimentos. Nesta situação, tem de se evitar que a criança se magoe e para isso ela deve ser afastada de tudo o que a possa magoar. Nunca deve colocar-lhe algo na boca ou dar-lhe comida ou bebida pois a criança pode sufocar. Após a crise é essencial que a criança acorde num ambiente calmo e deve ser observada por uma equipa de saúde, se for a primeira vez, que acontece.

Não esqueça, que para além do Centro de Saúde, possui à disposição a linha telefónica de atendimento pediátrico (24h/dia) - Dói, Dói…Trim,Trim…808242400

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