quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Fumar para quê?







João Araújo, Estudante de enfermagem do 4º da ESEnfC – Pólo A


O consumo de tabaco é a epidemia que mais mortes evitáveis causa no mundo, matando 4.9 milhões de pessoas anualmente em todo o Mundo e 8.500 em Portugal. (Nunes, 2003, e Martins, Mendonça e Pires, 2006)
Actualmente devido a uma grande quantidade de informação alusiva às consequências do consumo do tabaco, passivo ou activo, verifica-se já uma grande aceitação e reconhecimento dos seus malefícios, nomeadamente em relação a cancros e tumores malignos. No entanto apenas 18% da população fumadora reconhece a existência de uma relação entre o tabaco e as doenças cardiovasculares (Coelho, 2002, citado por Martins, Mendonça e Pires, 2006). Isto vem portanto confirmar o grande desconhecimento que envolve os hábitos tabágicos.
Um cigarro é composto por mais de 4000 substâncias sendo a nicotina o principal componente psicoactivo do tabaco (Schuckit (1998), citado por Martins, Mendonça e Pires, 2006). E de acordo com Lebargy (2003, p 91), citado pelos mesmos autores, esta é uma droga que “exerce um papel central na dependência tabágica”. E ainda que o grau de dependência pela nicotina varie de indivíduo para indivíduo esta irá sempre afectar todo o fumador a médio, longo prazo, devido às suas propriedades bioquímicas e respectivas respostas fisiológica do organismo.
Os sintomas mais comuns na privação tabágica são o aumento de desejo pelo tabaco, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, inquietação, diminuição do padrão de vigília, tonturas, sentimentos de hostilidade e dores de cabeça. (Schuckit, 1998, citado por Martins, Mendonça e Pires, 2006).
Para além da dependência física e psicológica existem outras consequências negativas do consumo de tabaco, nomeadamente o aumento do risco de cancro (pulmão língua, boca, faringe, laringe, esófago, estômago, entre outros), da manifestação de doenças do aparelho circulatório (cardiopatias, hipertensão, entre outras) e do aparecimento de doenças respiratórias crónicas (bronquite crónica, enfisema pulmonar e asma) (Nunes, 2003). São ainda outros efeitos do tabaco o envelhecimento precoce da pele, a diminuição do olfacto e do paladar, o aumento da tosse, a deterioração dos dentes, o aumento da celulite e a não menos importante diminuição no orçamento pessoal e/ou familiar.
Na tentativa de reduzir o número de consumidores do tabaco e respectiva morbilidade tem-se investido bastante na prevenção primária, pois a complexidade do fenómeno assim o exige. Chegou-se à conclusão que o melhor método de prevenir problemas de saúde consequentes do consumo de tabaco passa pelo absentismo, ou seja nunca consumir tabaco. Caso consuma, e já não vá a tempo de adoptar esta medida, dirija-se ao seu centro de saúde pois aí saberão ajudá-lo.

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